Marcelo Odebrecht (de azul) é levado para van que fará o translado até o presídio de
Pinhais
Presos desde junho, oito executivos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez
foram transferidos na manhã deste sábado (25) para um presídio comum em Pinhais
(região metropolitana de Curitiba).
A transferência foi autorizada pelo juiz Sergio Moro, nesta sextafeira (24).
Agora, os executivos, que cumprem prisão preventiva, ficarão no Complexo Médico Penal,
onde já estão outros oito presos da Operação Lava Jato –que investiga o pagamento de
propina em contratos da Petrobras.
Entre os transferidos, estão os presidentes das empreiteiras: Marcelo Odebrecht, da
Odebrecht, e Otávio Marques de Azevedo, da Andrade Gutierrez. Todos negam
participação no esquema e dizem que as prisões são desnecessárias.
Uma ala foi reservada no Complexo Médico Penal para os investigados da operação. Entre
os detidos no local, estão o extesoureiro do PT João Vaccari Neto, o exdiretor da
Petrobras Renato Duque e os exdeputados André Vargas, Luiz Argolo e Pedro Correa.
A transferência foi feita a pedido da Polícia Federal, que afirmou que a carceragem já não
suportava mais, por questões de segurança e estrutura, manter os presos.
"De fato, a carceragem da Polícia Federal, apesar de suas relativas boas condições, não
comporta, por seu espaço reduzido, a manutenção de número significativo de presos",
escreveu Moro no despacho.
COMIDA
Com a mudança para o Complexo Médico Penal, os presos terão algumas mudanças na
rotina. A pior delas é em relação à comida. Considerada "intragável", segundo relatos de
pessoas que têm contato com os detentos, ela é o principal motivo de reclamação.
A maioria dos réus que estão no presídio já emagreceu alguns quilos depois da chegada à
nova estadia.
Os investigados dividirão uma cela para três pessoas. No local, há três camas de concreto,
uma pia e uma latrina.
O banho é coletivo, e, até pouco tempo, o chuveiro era frio –um problema na caldeira fez
com que os presos ficassem sem água quente por dois meses, entre abril e maio. A
situação já foi normalizada.
Outra diferença é em relação às visitas. Na sede da PF, os presos só podem tocar nos
visitantes nos encontros que acontecem na última quartafeira do mês. Os demais contatos
semanais, também às quartas, são no parlatório, onde os presos são separados por um
vidro, com duração de aproximadamente 20 minutos.
No Complexo Médico Penal, as visitas acontecem todas as sextas e têm duas horas e
meia de duração. Além disso, todas são presenciais, sem vidros para separação.
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