A medida traz mais segurança, mas não é determinante, diz especialista (Foto: Divulgação) |
A partir desta sexta-feira
(8), motoristas estão obrigados a dirigir com o farol baixo aceso em rodovias
brasileiras mesmo durante o dia.
O descumprimento será
considerado infração média, com perda de quatro pontos na Carteira Nacional de
Habilitação e multa de R$ 85,13.
Até então, o Contran
(Conselho Nacional de Trânsito) apenas recomendava, desde 1998, que as luzes
baixas do carro fossem acesas na estrada, independentemente da condição de
luminosidade.
"As cores e as formas
dos veículos modernos contribuem para mascará-los no meio ambiente,
dificultando a sua visualização a uma distância efetivamente segura para
qualquer ação preventiva, mesmo em condições de boa luminosidade", diz
resolução do órgão. "O sistema de iluminação é elemento integrante da
segurança ativa dos veículos".
Para Paulo César Marques,
especialista em transportes da Universidade de Brasília, a medida traz mais
segurança, mas não é determinante.
"Países que adotam
essa medida têm latitudes mais altas e incidência solar mais baixa, faz todo o
sentido. No Brasil, a maior parte do território não tem problema de baixa
luminosidade. Mas no fim das contas é positivo, não faz mal, sobretudo no
começo da manhã ou no final da tarde", diz ele.
Opinião parecida tem David
Lima, especialista em saúde pública e segurança no trânsito pela mesma
instituição. Ele alerta para o fato de ser comum rodovias passarem pelo
perímetro urbano, o que pode gerar confusão.
"Em grande parte dos
lugares, a cidade cresceu em torno da rodovia e motoristas de fora podem não
saber que trafegam por uma BR. Ele precisa estar informado o tempo todo disso."
Para Marques, a lei é um
instrumento punitivo e é preciso fazer trabalhos de educação no trânsito.
"Uma coisa que fazemos pouco é incentivar bons hábitos. É sempre mais
fácil impor uma lei, como se ela bastasse. Por isso muitas leis não são
cumpridas", diz.
Em São Paulo, a Polícia
Rodoviária e as concessionárias das rodovias orientam os motoristas em praças
de pedágio e mensagens em painéis eletrônicos desde a publicação da lei,
segundo o governo estadual.
O Brasil apresenta uma
taxa de 23,4 mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes, segundo estimativas
da OMS (Organização Mundial de Saúde). O país tem um dos piores desempenhos no
continente americano: a taxa na Bolívia é de 23,2 mortes, 20,7 no Paraguai e
13,6 na Argentina.
Fonte:folhapress
0 comentários:
Postar um comentário