O desemprego no trimestre encerrado em julho subiu a 8,6%, o maior registrado desde o primeiro trimestre de 2012, quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) começou a realizar a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua Mensal. A pesquisa foi divulgada nesta terça-feira (29).
Os indicadores da Pnad Contínua Mensal usam dados de trimestres móveis, ou seja, de três meses até a pesquisa. A de julho, por exemplo, leva em conta dados de maio, junho e julho.
De acordo com o instituto, em um ano, o desemprego subiu 1,7 ponto percentual, passando de 6,9% para 8,6%. Três meses antes de julho de 2015, a taxa registrada era de 8%.
O IBGE estimou que 8,6 milhões de pessoas estavam desempregadas no trimestre encerrado em julho. Três meses antes, esse número era de 8 milhões, um aumento de 7,4% (ou 593 mil pessoas). Em um ano, o aumento foi de 26,6%, ou 1,8 milhão de pessoas a mais procurando emprego.
A Pnad Contínua usa dados de 211.344 domicílios particulares permanentes distribuídos em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.
Rendimento médio sobe em um ano
O rendimento médio real (ajustado pela inflação) dos trabalhadores cresceu 2% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, chegando a R$ 1.881. O rendimento teve leve queda em relação ao trimestre anterior, quando era de R$ 1.897, mas o resultado é considerado estável pelo IBGE.
IBGE tem duas pesquisas de emprego
Além da Pnad Contínua, o IBGE divulga mensalmente outra pesquisa de emprego, a PME (Pesquisa Mensal de Emprego), que usa dados de seis regiões metropolitanas do Brasil: Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Segundo a PME, o desemprego em julho foi de 7,5%.
Na última PME, com dados de agosto e que foi divulgada na semana passada, o desemprego registrado foi de 7,6%, oitavo mês seguido de alta, e a maior taxa para agosto desde 2009.
Agosto também teve corte de vagas com carteira assinada. Foram 86.543 postos de trabalho a menos, segundo o Ministério do Trabalho, baseado em dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Foi o quinto mês seguido com fechamento de vagas.
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