Açudes secos, como o Fogareiro, em Quixeramobim, deixam a população do Interior apreensiva |
Iguatu. Nos centros
urbanos de dezenas
de municípios do
Interior, a crise
hídrica vem se
agravando. Em pelo
menos 25 cidades há
risco de colapso no
sistema de
abastecimento de
água até o fim deste
mês e outras 13
enfrentam quadro
semelhante no
decorrer do segundo
semestre. A
alternativa
encontrada pelo
governo tem sido a
perfuração de poços
profundos nas ruas
dos bairros.
As paisagens urbanas das cidades do sertão estão se modificando. Em praças, nas ruas e calçadas poços profundos são perfurados em uma ação emergencial para socorrer os moradores com abastecimento de água. Outros poços passam por limpeza e são reativados. A água oriunda do subsolo é interligada aos sistemas de tratamento e distribuição da Cagece (Estado) ou do SAAE (autarquias municipais).
As paisagens urbanas das cidades do sertão estão se modificando. Em praças, nas ruas e calçadas poços profundos são perfurados em uma ação emergencial para socorrer os moradores com abastecimento de água. Outros poços passam por limpeza e são reativados. A água oriunda do subsolo é interligada aos sistemas de tratamento e distribuição da Cagece (Estado) ou do SAAE (autarquias municipais).
No decorrer dos próximos meses, as temperaturas mais elevadas voltam a atingir o sertão. A demanda por água aumenta.
A evaporação é mais intensa causando redução drástica no nível dos reservatórios, que já estão em situação crítica. "A
crise atual no abastecimento de água de áreas urbanas na dimensão que enfrentamos é um fato novo, por isso estamos
acelerando mais a perfuração de poços profundos", explicou o titular da Secretaria de Recursos Hídricos, Francisco
Teixeira.
A perfuração de poços profundos é a alternativa atual, considerada mais viável. Na verdade, trata-se de uma ação emergencial e desesperadora, em busca de água nas fendas de rochas, pois mais de 80% do subsolo do sertão são de embasamento cristalino, que apresenta baixa vazão e água salgada. "Procuramos água nas fissuras e essa tem sido a salvação", disse Francisco Teixeira. "O índice de perda de poço (seco) é de 30%".
Alternativas
A perspectiva para 2016 não é favorável. Caso as condições atuais permaneçam, o próximo ano deverá registrar chuvas abaixo da média, sem recarga na maioria dos reservatórios. Resultado: a situação tende a se agravar no sertão cearense. Sem água nos açudes, as adutoras são alternativas que vão se esgotar. "O governo anterior fez 700 km e vamos fazer 150 km de adutora, pois é uma solução ainda necessária e o tempo mostrou que foi viável", analisa Teixeira.
Neste ano, serão instaladas quatro Adutoras de Montagem Rápida para evitar o colapso no abastecimento das cidades de Arneiroz, Independência, Ibicuitinga e Quixeramobim. Serão investidos nessas obras cerca de R$ 49 milhões.
O foco agora serão os poços profundos. Além da perfuração, é preciso instalar centenas deles, a maioria na zona rural. As unidades aguardam instalação de equipamentos (motores e bombas) e da rede elétrica para o devido funcionamento, isto é, retirada de água do subsolo e atendimento às famílias por meio de chafarizes.
"A nossa meta é instalarmos dois mil sistemas de abastecimento por meio de poços profundos e 220 dessalinizadores", adiantou Teixeira. "Vamos fazer pregão eletrônico, ata de registro de preço e buscar parceria, adesão das prefeituras e de outros órgãos públicos".
No geral, o Ceará enfrenta o quarto ano seguido de chuvas abaixo da média. Entretanto, nas regiões dos Inhamuns, Sertões de Crateús e parte do Sertão Central já são seis anos com pluviometria irregular e reduzida. "Nessas áreas já podemos falar de seis anos seguidos de seca", observa Teixeira. "Neste ano, tivemos a menor recarga desde 1998", disse.
A perfuração de poços profundos nos centros urbanos e nas áreas rurais foi ampliada. Essa foi a solução encontrada em caráter emergencial mediante a redução do volume de água nos reservatórios. "Precisamos agir com rapidez, caso contrário cerca de 30 cidades vão entrar em colapso no abastecimento de água neste ou no próximo mês", observa o superintendente adjunto da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), Wanderlei Guimarães.
Nos últimos três anos, o governo vem investindo na perfuração de poços profundos, no Interior do Ceará. Essa era uma reclamação antiga das lideranças políticas do sertão. Somente pela Sohidra, em 2011, foram perfurados 214 poços; em 2012, foram 261 e em 2013, 336. Em 2014, a quantidade aumentou para 594. "Neste ano, já perfuramos 410 e a meta até dezembro é chegarmos a 800", disse Guimarães.
A Sohidra dispõe agora de 11 máquinas perfuratrizes. O custo médio de um poço instalado é de R$ 27 mil. De acordo com dados da Superintendência, de 410 poços perfurados, 120 não apresentaram vazão suficiente. "Temos situações privilegiadas, boas, com vazão de vinte mil litros por hora", frisou Guimarães.
No momento, as cidades de Boa Viagem e Quixeramobim, na região do Sertão Central, enfrentam situação crítica. Na primeira, foram perfurados 71 poços na área urbana, e na segunda, 47. Se não fosse essa ação, nesta semana, haveria colapso no sistema de distribuição de água para as famílias.
Em Quixeramobim, o Açude Fogareiro secou e a Barragem que leva o nome da cidade está no porão. "A captação chegou a última gota", observa Teixeira. "Os poços salvaram a cidade e até o fim do ano a adutora estará concluída". Para Teixeira, a perfuração de poços profundos significa 'tirar água de pedra'.
Honório Barbosa Colaborador
A perfuração de poços profundos é a alternativa atual, considerada mais viável. Na verdade, trata-se de uma ação emergencial e desesperadora, em busca de água nas fendas de rochas, pois mais de 80% do subsolo do sertão são de embasamento cristalino, que apresenta baixa vazão e água salgada. "Procuramos água nas fissuras e essa tem sido a salvação", disse Francisco Teixeira. "O índice de perda de poço (seco) é de 30%".
Alternativas
A perspectiva para 2016 não é favorável. Caso as condições atuais permaneçam, o próximo ano deverá registrar chuvas abaixo da média, sem recarga na maioria dos reservatórios. Resultado: a situação tende a se agravar no sertão cearense. Sem água nos açudes, as adutoras são alternativas que vão se esgotar. "O governo anterior fez 700 km e vamos fazer 150 km de adutora, pois é uma solução ainda necessária e o tempo mostrou que foi viável", analisa Teixeira.
Neste ano, serão instaladas quatro Adutoras de Montagem Rápida para evitar o colapso no abastecimento das cidades de Arneiroz, Independência, Ibicuitinga e Quixeramobim. Serão investidos nessas obras cerca de R$ 49 milhões.
O foco agora serão os poços profundos. Além da perfuração, é preciso instalar centenas deles, a maioria na zona rural. As unidades aguardam instalação de equipamentos (motores e bombas) e da rede elétrica para o devido funcionamento, isto é, retirada de água do subsolo e atendimento às famílias por meio de chafarizes.
"A nossa meta é instalarmos dois mil sistemas de abastecimento por meio de poços profundos e 220 dessalinizadores", adiantou Teixeira. "Vamos fazer pregão eletrônico, ata de registro de preço e buscar parceria, adesão das prefeituras e de outros órgãos públicos".
No geral, o Ceará enfrenta o quarto ano seguido de chuvas abaixo da média. Entretanto, nas regiões dos Inhamuns, Sertões de Crateús e parte do Sertão Central já são seis anos com pluviometria irregular e reduzida. "Nessas áreas já podemos falar de seis anos seguidos de seca", observa Teixeira. "Neste ano, tivemos a menor recarga desde 1998", disse.
A perfuração de poços profundos nos centros urbanos e nas áreas rurais foi ampliada. Essa foi a solução encontrada em caráter emergencial mediante a redução do volume de água nos reservatórios. "Precisamos agir com rapidez, caso contrário cerca de 30 cidades vão entrar em colapso no abastecimento de água neste ou no próximo mês", observa o superintendente adjunto da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), Wanderlei Guimarães.
Nos últimos três anos, o governo vem investindo na perfuração de poços profundos, no Interior do Ceará. Essa era uma reclamação antiga das lideranças políticas do sertão. Somente pela Sohidra, em 2011, foram perfurados 214 poços; em 2012, foram 261 e em 2013, 336. Em 2014, a quantidade aumentou para 594. "Neste ano, já perfuramos 410 e a meta até dezembro é chegarmos a 800", disse Guimarães.
A Sohidra dispõe agora de 11 máquinas perfuratrizes. O custo médio de um poço instalado é de R$ 27 mil. De acordo com dados da Superintendência, de 410 poços perfurados, 120 não apresentaram vazão suficiente. "Temos situações privilegiadas, boas, com vazão de vinte mil litros por hora", frisou Guimarães.
No momento, as cidades de Boa Viagem e Quixeramobim, na região do Sertão Central, enfrentam situação crítica. Na primeira, foram perfurados 71 poços na área urbana, e na segunda, 47. Se não fosse essa ação, nesta semana, haveria colapso no sistema de distribuição de água para as famílias.
Em Quixeramobim, o Açude Fogareiro secou e a Barragem que leva o nome da cidade está no porão. "A captação chegou a última gota", observa Teixeira. "Os poços salvaram a cidade e até o fim do ano a adutora estará concluída". Para Teixeira, a perfuração de poços profundos significa 'tirar água de pedra'.
Honório Barbosa Colaborador
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