A decisão do
ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki de afastar o
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi avaliada como
tardia pela equipe da presidente Dilma Rousseff e pelo comando nacional do PT.
A avaliação
foi a de que, já que Cunha comandou todo o processo de impeachment da petista,
era melhor que ele continuasse no cargo para, na opinião deles, desgastar a
imagem do eventual governo do vice-presidente Michel Temer.
Nos últimos
dias, Temer disse a aliados e peemedebistas que iniciaria um processo de
afastamento de Cunha, recebendo-o apenas em agendas oficiais. O receio é que a
imagem do presidente da Câmara poderia contaminar a sua gestão interina.
Para
auxiliares e assessores da petista, a Suprema Corte demorou para analisar a
saída do peemedebista diante das denúncias contra ele, o que, na avaliação do
Palácio do Planalto, influenciou na aprovação do processo de impeachment da
presidente.
Nas palavras
de um assessor da petista, a decisão poderia ter sido tomada antes e demonstra
que Cunha não poderia ter conduzido o processo contra Dilma.
Na avaliação
da cúpula nacional do partido, o afastamento de Cunha questiona, inclusive, a
validade do processo de impedimento da presidente.
"Ele
deveria ter saído há muito tempo e não deveria ter presidido o processo de
impeachment, já que o fez motivado por vingança", criticou o deputado
federal Paulo Teixeira (PT-SP).
Relator da
Lava Jato, Teori concedeu liminar em um pedido de afastamentofeito pela
Procuradoria-Geral da República.
Ele apontou 11
situações que comprovariam o uso do cargo pelo deputado para "constranger,
intimidar parlamentares, réus, colaboradores, advogados e agentes públicos com
o objetivo de embaraçar e retardar investigações".
Na peça, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a classificar o
peemedebista de "delinquente".
Cunha será
substituído por outro investigado na Lava Jato, o deputado Waldir Maranhão
(PP-MA).
Fonte: Folha UOL
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